terça-feira, 26 de julho de 2011

too late


Estou perdendo a minha cabeça, meus sentimentos estão confusos. Está frio, minhas veias sentem o gelo de suas palavras e meu sangue tende a não circular. O fim de todas as minhas esperanças está chegando e eu não quero acreditar. Estou só e a minha boca só grita seu nome, não consigo pensar em outro alguém, parece que minha mente está submissa a você e às suas mentiras. Aquelas que aprendi a acreditar.

Minha opinião sobre você era positiva, você parecia outra pessoa. Não que você mudou, mas sim que eu nunca tinha visto quem você realmente. O frio, calculista e destruidor de corações eu não conhecia. Você era o sol que alegrava minhas manhãs, me aquecia, com você me sentia protegida. Mas essa sua face era uma ilusão, uma ilusão que me levou ao mais profundo de minhas tristezas.

Uma nuvem cinza pousou sobre minha cabeça quando você se foi. Fica difícil se controlar quando sua vida está desvanecendo na sua frente. Você era minha vida, e sem você era como se estar morta. O sangue que latejava em minhas veias, não tinham a mesma força de antes. As palavras doces e alegres haviam desaparecido do meu vocabulário. Meu coração doía a cada batida. Como posso seguir em frente, quando há tanto para aprender? E cada estrada diferente que eu tento me direcionar me traz de volta para você.

Agora é tarde demais, suas desculpas não me interessam mais. A ruína que você me deu de presente em troca do amor que te ofereci se instalou na minha vida. O pesadelo de estar enclausurada é pior do que você imagina, e pior ainda é saber que essa prisão não tem fim. Nada escuto, nada vejo, nada sinto. Meu sangue, minhas veias, meu coração, parados para sempre. Meu sentimento por você foi tão forte, que me fez atravessar as linhas da vida.

E, não chore no meu túmulo, eu não vou voltar. Eu estou perdida demais para ser encontrada. É tarde demais para se arrepender agora.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

the shining

Uma forma diferente de contar a história de Jack Torrance.
Baseado no texto original de Stephen King

E se eu pudesse mudar tudo que sou. Perder minha má reputação, recuperar o amor de minha esposa e filho, viver em paz mesmo depois de um passado sombrio. Seria possível? Problemas com a bebida, mau comportamento, temperamento bipolar estragaram minha vida. Quase matei meu filho, meu querido filho, por causa de um problema banal. Perdi a confiança da minha esposa que desde então não tem fé em mim. Talvez nem eu tenha.

Indo trabalhar no Overlook, pensava eu me deixaria vivo. Era um trabalho simples, alguns ajustes na caldeira e alguns reparos nos arbustos em forma de animais e eu estaria em paz. Longe de todas as confusões do meu passado, longe da bebida. Eu estaria abstêmio e recuperaria minha reputação, minha família e minha sanidade. Era assim que eu pensava.

Embora eu estivesse sóbrio estava enlouquecendo. O Hotel estava me enlouquecendo, de alguma forma eu sempre soube. Estando três pessoas presas em um hotel distante longe de tudo que era civilizado, longe do mundo, era impossível alimentar alguma sanidade. Embora o problema não fosse a solidão e sim com quem estávamos presos, gostava de acreditar que meu filho não tinha nada a ver com isso, que meu filho só queria chamar a minha atenção, inventando histórias sobrenaturais.

Toda vez que meu filho falava desse amigo imaginário, das visões que tinha e da forma que ele não gostava daquele hotel me levava a perceber que meu próprio filho conspirava contra mim, ele queria me assustar, me tirar de foco, acabar com o pouco que restava de mim. E minha mulher, minha adorável mulher estava o apoiando. Ela não queria que eu estivesse bem, aquela vadia não me amava, na real nessa história ninguém nunca me amou.

Todos contra mim até eu encontrar alguém a meu favor, várias pessoas, de épocas diferentes, ao meu lado. Me tratavam com importância e não pagava nada do que bebia. Era tudo por conta da casa. Todos os goles, de Martinis e Gim, me faziam esquecer todos os meus problemas. Escutar o antigo zelador, morto para muito, vivo demais para mim, era reconfortante. Ele dizia o que eu realmente devia fazer, dar uma lição em todos que me humilharam, eu tinha que dar um jeito neles.

A mulher no 217, o homem-cachorro, os arbustos em formas de animais eram imaginação demais para um garoto de apenas 6 anos. Meu filho inventara tudo isso e eu lhe devia um remédio. Não existe Redrum, nem Tony, nem nada. Somente uma mente tentando me destruir, uma não, duas. A minha mulher, alimentando o desejo de me destruir, apoiava o fedelho. Mas eles já me pagaram.

Minha mulher para defender o fedelho me apunhalou, uma facada profunda bem no meu peito. O lugar onde guardava um grande sentimento por ela, aquela vadia nunca me amou. Meu corpo, extremamente ferido, agonizava mas não estava derrotado. Eles tinham que me pagar e eu sabia como. O bastão fervilhava raiva no meu pulso, ia e voltava no ar. Minha esposa estava quase derrotada, o taco quase acabara com ela. Se não fosse aquele velho... Mas ele também não escapou, o taco acabou com seus dentes. Quando estava prestes a me vingar do fedelho, uma explosão. Embora fosse o fedelho que me incomodava, foi ele quem escapou da minha fúria, aquele que queria me destruir saiu ileso e eu acabei assim...

Condenado a uma vida, vida não, uma quase vida infernal. Sem um lar, sem família, condenado a uma eternidade de solidão junto aos destroços do Overlook. Ao lado do antigo zelador, cujo matou toda sua família, a mulher do 217, o homem-cachorro e tudo de estranho de que meu filho tanto me alertara e eu tanto o condenei.